Uma entrevista com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que será lançado pré-candidato no próximo sábado (7/5), foi divulgada nesta quarta-feira (4/5) pela revista norte-americana Time.

Sob o título “Lula, segundo ato”, a revista destaca a volta de Lula à política no país como uma “bomba” após o reconhecimento, tanto da Justiça brasileira, como da Organização das Nações Unidas (ONU) de que os processos contra ele foram invalidados.

Lula falou bastante de política internacional. E, como não podia deixar de ser, discursou sobre qual seria sua atitude perante a guerra da Ucrânia, deflagrada no dia 24 de fevereiro, um mês antes da entrevista. Segundo o petista, sua atuação seria no sentido de atuar para evitar o conflito.

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Capa da Time, Lula critica Zelensky: “Tão responsável quanto Putin”O ex-presidente disse que teria agido para evitar a guerra da Ucrânia e criticou Biden, Zelensky e Putin por forçarem o conflito

Luciana Lima

04/05/2022 9:27,atualizado 04/05/2022 10:10

Times/Reprodução

Uma entrevista com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que será lançado pré-candidato no próximo sábado (7/5), foi divulgada nesta quarta-feira (4/5) pela revista norte-americana Time.

Sob o título “Lula, segundo ato”, a revista destaca a volta de Lula à política no país como uma “bomba” após o reconhecimento, tanto da Justiça brasileira, como da Organização das Nações Unidas (ONU) de que os processos contra ele foram invalidados.

Lula falou bastante de política internacional. E, como não podia deixar de ser, discursou sobre qual seria sua atitude perante a guerra da Ucrânia, deflagrada no dia 24 de fevereiro, um mês antes da entrevista. Segundo o petista, sua atuação seria no sentido de atuar para evitar o conflito.

Em 2021, o Supremo declarou que Sergio Moro foi parcial no julgamento da Lava Jato e, consequentemente, todos os atos processuais foram anulados. Lula, portanto, tornou-se elegível outra vez e, recentemente, confirmou pré-candidatura para concorrer às eleições presidenciais de 2022, tendo Alckmin como vice na chapaReprodução

Luiz Inácio Lula da Silva, mais conhecido como Lula, nascido em 1945, é um ex-metalúrgico, ex-sindicalista e político brasileiro. Natural de Caetés, no Pernambuco, foi o 35º presidente do BrasilFábio Vieira/Metrópoles

De origem simples, Lula se mudou para São Paulo com a família quando ainda era criança. Na infância, trabalhou como vendedor de frutas e engraxate para ajudar na renda de casaRafaela Felicciano/Metrópoles

Mais tarde, tornou-se auxiliar de escritório, foi aluno do curso de tornearia mecânica no Senai e, tempos depois, passou a trabalhar em uma siderúrgica que produzia parafusos, onde perdeu o dedo mínimo da mão esquerdaFábio Vieira/Metrópoles

Em 1966, Lula começou a trabalhar em uma empresa metalúrgica. Em 1968, filiou-se ao Sindicado de Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema e, em 1969, foi eleito para a diretoria do sindicato dos metalúrgicos da cidadeFábio Vieira/Metrópoles

Durante a ditadura militar, liderou a greve dos metalúrgicos e foi preso, cassado e processado com base na lei vigente à época. Foi justamente nesse período que a ideia de fundar o Partido dos Trabalhadores (PT) surgiuRicardo Stuckert

Para formar a sigla, juntou representantes de movimento sindicais, sociais, católicos e intelectuais. Lula se tornou o primeiro presidente do PT. Durante o período de redemocratização, foi um dos principais nomes do Diretas Já e, no mesmo período, iniciou a carreira políticaReprodução/YouTube

Em 1986, foi eleito deputado federal por São Paulo e, em 1989, concorreu pela primeira vez às eleições presidenciais, perdendo para Collor. Lula disputou a vaga no Palácio do Planalto outras duas vezes até ser eleito, em 2002Ricardo Stuckert/Reprodução/Instagram

Cumprindo o primeiro mandato, foi reeleito em 2006, após disputa com Geraldo Alckmin, e permaneceu como presidente até 31 de dezembro de 2010Fábio Vieira/Metrópoles

Durante o período em que foi chefe de Estado, ficou conhecido pelos programas sociais Fome Zero e Bolsa Família, pelos planos de combate à pobreza e pelas reformas econômicas que aumentaram o PIB brasileiro. No exterior, Lula foi considerado um dos políticos mais populares do Brasil e um dos presidentes mais respeitados do mundoFábio Vieira/Metrópoles

Após passar o bastão presidencial à Dilma Rousseff, Lula começou a realizar palestras nacionais e internacionais. Em 2016, foi nomeado por Dilma para comandar a Casa Civil, mas foi impedido de exercer a função pelo STFFábio Vieira/Metrópoles

Em 2017, foi condenado pelo até então juiz Sergio Moro por lavagem de dinheiro e corrupção, resultado da operação que ficou conhecida como Lava Jato. A sentença levou Lula à prisão até 2019, quando o ex-presidente foi solto após o STF decidir que ele só deveria cumprir pena depois do trânsito em julgado da sentençaFábio Vieira/Metrópoles

Em 2021, o Supremo declarou que Sergio Moro foi parcial no julgamento da Lava Jato e, consequentemente, todos os atos processuais foram anulados. Lula, portanto, tornou-se elegível outra vez e, recentemente, confirmou pré-candidatura para concorrer às eleições presidenciais de 2022, tendo Alckmin como vice na chapaReprodução

Luiz Inácio Lula da Silva, mais conhecido como Lula, nascido em 1945, é um ex-metalúrgico, ex-sindicalista e político brasileiro. Natural de Caetés, no Pernambuco, foi o 35º presidente do BrasilFábio Vieira/Metrópoles

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“Se fosse presidente hoje, teria ligado para o [Joe] Biden, teria ligado para o Putin, para a Alemanha, para o [Emmanuel] Macron, porque a guerra não é saída. Eu acho que o problema é que, se a gente não tentar, a gente não resolve. É preciso tentar”, disse o petista.

Ele ainda falou sobre a Venezuela e criticou Estados Unidos e União Europeia por terem “adotado” o líder da oposição a Nicolás Maduro, Juan Guaidó, então líder da Assembeia Nacional no país vizinho. Em 2019, Guaidó se autoproclamou presidente e teve reconhecimento norte-americano e de países da Europa.

“Às vezes, eu fico preocupado. Você não brinca com democracia. O Guaidó para ser presidente da Venezuela teria que ser eleito. A burocracia não substitui a política. Na política, são os dois chefes que mandam, os dois que foram eleitos pelo povo, que têm que sentar numa mesa de negociação, olho no olho, e conversar”, criticou Lula.

O petista não poupou críticas ao presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky: “Agora, às vezes, fico vendo o presidente da Ucrânia na televisão como se estivesse festejando, sendo aplaudido em pé por todos os parlamentos, sabe? Esse cara é tão responsável quanto o Putin. Porque numa guerra não tem apenas um culpado”.

“O Saddam Hussein era tão culpado quanto o (ex-presidente norte-americano George) Bush. Porque o Saddam Hussein poderia ter dito: ‘Pode vir aqui visitar e eu vou provar que eu não tenho armas’. Ele ficou mentindo para o seu povo. Agora, esse presidente da Ucrânia poderia ter dito: ‘Olha, vamos deixar para discutir esse negócio da Otan e esse negócio da Europa mais para frente. Vamos primeiro conversar um pouco mais.’”, sugeriu Lula.

Prisão

A entrevista ocorreu no fim de março e divulgada somente agora. Na conversa, Lula também discorreu sobre o tempo que passou na prisão e o presidente Jair Bolsonaro (PL), além de planos para um evetual governo.

Para o semanário, Lula usou o astro do futebol americano Tom Brady, casado com a brasileira Gisele Bündchen, para dizer que “tem clareza” de que pode resolver os problemas do país.

“O futebol americano tem um jogador, que aliás é casado com uma brasileira que é modelo, e é o melhor jogador do mundo há muito tempo. A cada jogo que ele faz, a torcida fica exigindo que ele jogue melhor do que no jogo anterior. No caso da Presidência é a mesma coisa. Só tem sentido eu estar candidato à Presidência da república porque eu acredito que eu sou capaz de fazer mais e fazer melhor do que eu já fiz”, disse o petista.

De acordo com Lula, os problemas do país só serão resolvidos quando os pobres estiverem participando da economia. “Quando os pobres estiverem participando do orçamento, quando os pobres estiverem trabalhando, quando os pobres estiverem comendo. Isso só é possível se você tiver um governo que tenha compromisso com as pessoas mais pobres”, repetiu o ex-presidente.

Lula disse que, mesmo diante de seus impedimentos legais, que agora foram resolvidos, ele nunca desistiu da política.

“Eu, na verdade, nunca desisti da política. A política está em cada célula minha, a política está no meu sangue, está na minha cabeça. Porque o problema não é a política simplesmente, o problema é a causa que te leva à política. E eu tenho uma causa’, disse.

Fonte: Metrópoles

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