Pesquisa do instituto Datafolha mostra que 50% dos brasileiros dizem nunca confiar nas declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), enquanto 34% afirmam acreditar às vezes e 14% sempre confiam no chefe do Executivo; 1% não sabe.

A taxa de confiança plena é a menor desde agosto de 2019. Já a desconfiança total é a maior do período. Em março, a taxa de brasileiros que nunca confiam nas declarações do chefe do Executivo estava em 45% (era de 41% em janeiro). Os que sempre acreditam eram 19% em janeiro e 18% em março. Os que confiam às vezes caíram de 38% para 35%.

Entre os cidadãos que declaram intenção de votar em Lula, a fatia dos que nunca confiam nas palavras do atual mandatário chega a 74%. Embora 46% dos eleitores de Bolsonaro digam sempre crer nele, a maioria (51%) responde que só confia no presidente às vezes, o que indica uma fragilidade mesmo entre apoiadores.

O percentual dos homens que sempre acreditam em Bolsonaro salta para 17% (fica em 11% entre a população feminina) e o dos que nunca confiam cai para 46% (é de 54% entre as mulheres). O ceticismo é maior nas regiões Nordeste e Sudeste (onde, respectivamente, 59% e 51% dos entrevistados afirmam nunca confiar nele), ao passo que é menor nas regiões Centro-Oeste/Norte e no Sul (com taxas, respectivamente, de 44% e 41% que nunca confiam).

Entre pessoas pretas, 56% dizem nunca confiar em Bolsonaro e só 8% sempre levam em conta o que o presidente expressa.

Para 58%, Bolsonaro não tem capacidade de liderar o Brasil
Em outro recorte, para 58% dos brasileiros, Bolsonaro não tem capacidade de liderar o Brasil. É o maior percentual da série histórica desde que o instituto Datafolha começou a fazer a pergunta, em abril de 2020. Para 38%, o presidente tem condições de comandar a nação, com base no que ele fez e está fazendo pelo país; 4% responderam não saber.

Na pesquisa anterior, de março, 56% disseram não enxergar capacidade, 42% afirmaram que sim e 3% não opinaram. Desde a aferição de 27 de abril do ano passado, a parcela dos que respondem que o presidente carece de aptidão para governar o país é superior à dos que veem o contrário.

Nos subgrupos representados na pesquisa, o de empresários é o único que majoritariamente acha hoje que Bolsonaro é capaz de liderar o Brasil (62%). A categoria é também a que concede a melhor avaliação positiva ao governo, com 48% de ótimo ou bom (na média geral da população, o índice é de 24%, a pior marca do mandato até aqui).

A avaliação de que o presidente tem capacidade para a missão também é elevada entre os evangélicos. Nessa parcela, que usualmente confere popularidade a Bolsonaro, 49% veem nele condições de liderar o país, índice que cai para 34% entre católicos e para 28% entre espíritas/kardecistas.

No recorte geográfico, o diagnóstico de incapacidade atinge o maior patamar (65%) no Nordeste. Já na região Sul, o percentual dos que o julgam capaz é de 44%, ante 51% que pensam o contrário.

Segundo o Datafolha, 51% da população consideram a atuação de Bolsonaro na pandemia ruim ou péssima, ante 21% de pessoas que acham sua conduta ótima ou boa.

O Datafolha entrevistou presencialmente 2.071 pessoas em 146 municípios do Brasil, entre terça e quarta-feira. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Fonte: Folha de São Paulo

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